História

     Silveiras surgiu ao final do século XVIII em torno de um rancho de tropas, o da família Silveira – daí o seu nome. “Vamos lá para os Silveiras”. Logo, outros “ranchos” foram se instalando, com destaque para as famílias Guedes, Siqueira, Ventura de Abreu, Santos, Bueno, dentre outros. Seus bairros denominados Macacos e Bom Jesus – encosta da Serra da Bocaina e em direção à Cunha e Paraty surgiram antes, também em torno de tropeiros, já em pleno ciclo de ouro – na saga da “trilha entre Minas Gerais e os portos de Mambucada e Paraty”.

     O desenvolvimento foi acelerado já nos primeiros anos do século XIX com a chegada do café, e em 1830 surgia a Freguesia dos Silveiras, no enorme município de Lorena. Freguesia – era a definição da época  caracterizando a implantação da Paróquia homenageando Nossa Senhora da Conceição de Silveiras, fortalecendo a capela antiga surgida em 1780, erguida no mesmo local onde está a Matriz.

     Com o desenvolvimento constante, a freguesia foi elevada à condição de Vila em 1842 – desmembrando-se de Lorena e tendo a Nossa Senhora da Conceição, como padroeira. Vale registrar, que a solicitação para a criação da Vila surgiu dos próprios silveirenses assegurando condições de independência e vida autônoma para a Vila.

     Naquela época viviam em Silveiras 3.300 homens livres e entre 1.600 e 1.700 escravos de origem africana.

     Foi um período dramático para Silveiras. A Revolução Liberal explodiu no Brasil e o nosso município foi palco doloroso de combates. Sangrentos encontros deixaram 56 chefes de família assassinados pelas tropas do então Barão de Caxias na manhã de 12 de julho de 1842, e aí estão as trincheiras – para testemunhar aquela tragédia. Essas mesmas trincheiras foram reabertas em 1932 por ocasião da Revolução Constituinte, marcas profundas do civismo nesta terra.

     As marcas da Revolução Liberal de 1842 foram tão dramáticas que a reconstrução de Silveiras levou mais de dois anos e a implantação da Vila dos Silveiras só viria ocorrer no dia 7 de setembro de 1844 quando ocorreu a eleição dos primeiros vereadores.

     Silveiras no século XIX foi o mais importante núcleo de serviços dedicado ao tropeirismo do Brasil. Nossos “ranchos” atendiam aos tropeiros e suas tropas que faziam as “trilhas do ouro” e da “independência” (São Paulo X Rio de Janeiro – Café).

     Em 1864, Silveiras passou para Cidade e em 1888 foi implantada a Comarca. Com a desativação e enfraquecimento das “Minas Gerais”, o café que se transferiu para novas terras (oeste paulista), a estrada de ferro que não passou do município, a abolição da escravidão dos negros, a república (mudança da ordem política), ocorre o êxodo da População local e a decadências atinge a comunidade. Chegamos a ter mais de 25.000 habitantes – o 4º município mais populoso do Vale do Rio Paraíba Paulista.

     A Comarca foi extinta em 1938. E cada vez mais se percebeu a perda da atividades comercias. Mesmo com a abertura da estrada Rodovia Rio X São Paulo em 1928 o destino esteve determinado.

     A partir de 1978, um movimento comunitário denominado Silveiras agilizou a valorização do patrimônio cultural e ambiental local, resultando na interrupção da decadência com o falecimento do artesanato (exportado para vários países do mundo – milhares de pessoas gravitam na atividade). O “tropeirismo” (o mais importante núcleo de estudos do setor no Brasil – acervo enorme biblioteca, peças históricas, casarão tropeiro). Fundação Nacional do tropeirismo, estátua / praça / Rancho dos Tropeiros e a Estrada dos Tropeiros que liga o município à Via Dutra no Km 34 no sentido São Paulo X Rio de Janeiro e atinge o Estado do Rio de Janeiro no município de Bananal / Barra Mansa. O município recebe turistas nos setores de cultura, História, ecologia, religião, gastronomia, artes populares. Hotéis surgem na zona rural e o turismo rural já se consolida.

     A decadência está interrompida. Residências de bom gosto, o convívio social se consolida e a qualidade de vida local melhora visivelmente graças à ação dos jovens políticos e os benefícios do município por ser a primeira Área de Proteção Ambiental do Estado de São Paulo X Minas Gerais. Para isto, ocorrem cursos constantes de instituições universitárias, governamentais e ONGs, para que isto seja atingido pela População local.